Procura-se uma Sede – Reminiscências Históricas de um Antigo Sonho

“Um homem percorre o mundo inteiro em busca daquilo que precisa e volta à casa para encontrá-lo.” George Augustus Moore (1852-1933), escritor irlandês.

Em setembro de 2006, a Sobrames – SP completou seu 18o aniversário, aliás, de mui profícua existência, com um grande dossiê de serviços prestados aos seus sócios e à sua causa.

Com sua maioridade, achamos que seja hora deveras oportuna de repensar num antigo sonho acalentado desde nosso primeiro mandato à frente desta seccional (1992-1994), qual seja o de ter um domicílio próprio.

Desde a fundação da regional paulista da Sobrames – SP, em 16 de setembro de 1988, sua sede tem funcionado na casa do confrade Flerts Nebó, com exceção do período de 1994-1996. Somos testemunha do carinho e da acolhida constantes que ele e a sua esposa, Madalena J. G.Musetti Nebó, deram em sua residência à entidade, assim como a todos os membros das sucessivas diretorias.

Historicamente, salientamos que, ainda em nossa primeira gestão, conseguimos um espaço no edifício da Associação Paulista de Medicina – APM para que nossas reuniões de diretoria pudessem ser lá realizadas. Entretanto, na ocasião, os demais membros da diretoria não viam claramente a necessidade de se ter esse espaço. Alguns temerosos, até contra-argumentaram que a Sobrames – SP poderia sofrer ingerências administrativas dessa respeitável instituição médica. Como somos democrata, declinamos essa chance de ouro, pois poderíamos ter projetado a entidade de forma mais efetiva e, com isso, amealhado muito mais sócios do que da forma isolada como nos encontramos hoje.

Sucedeu-nos na presidência da entidade Carlos Luiz Campana (1994-1996). Infelizmente, sua gestão foi turbulenta, gerando, dentro da diretoria, um clima desfavorável de trabalho em equipe, com vários pedidos de demissão durante seu mandato. Apesar do ambiente pouco motivador, ficamos participando ativamente, junto a outros três diretores, até o final da gestão, ajudando-o a cumprir suas metas. Perboyre Lacerda Sampaio, à época desempenhando a função de orador, apesar de não participar ativamente, cedeu as dependências de seu consultório e de sua casa durante essa gestão, para que nelas fossem realizadas as reuniões da diretoria.

Campana conseguiu, quase ao término de seu mandato, uma sala na Associação Paulista de Medicina para uma sede. Embora fosse pequena e modesta, transportou para lá todo o acervo de livros que a Sobrames – SP dispunha. Entretanto, o ambiente negativo e conturbado que foi anteriormente criado fez com que a diretoria que o sucedesse, liderada por Paulo Adolpho Leierer (1996-1998), retornasse, de imediato, o acervo de livros à casa de Flerts Nebó que, posteriormente, em sua maior parte, foi doado também por falta de espaço. Assim, perdeu-se pela segunda vez um espaço ou mesmo uma boa proximidade com a tradicional APM e, consequentemente, com significativa parcela da classe médica.

Neste breve testemunho de resgate histórico, devemos agradecer aos confrades Flerts Nebó e sua esposa, Madalena Nebó, por terem cedido gentilmente sua moradia até o término da gestão passada, condição necessária para que a entidade se mantivesse atuante.

Vários membros da atual diretoria já ofereceram seus consultórios e domicílios, inclusive Flerts Nebó, para as reuniões administrativas. Entretanto, em consenso, os membros da mesma diretoria julgaram que a sociedade deva, necessariamente, procurar seu próprio espaço, tanto independente quanto possível. A Sobrames – SP, que se emancipou em idade, necessita também se emancipar em seu território. Faz-se mister que ela tenha um domicílio próprio, impessoal, gratuito e desvinculado das residências de seus associados, a fim de que seu arquivo e acervo sejam devidamente guardados e organizados, e que os trabalhos e feitos de seus membros sejam protegidos, catalogados, divulgados, enaltecidos e perenizados.

A busca por uma sede é um antigo desejo de alguns membros da entidade e uma das metas desta diretoria. Entretanto, sabemos o quão difícil ela é. Contamos pressurosamente com a ajuda e a influência de todos(as) os(as) nossos(as) associados(as) neste desiderato, pois entendemos que este é um bem que extrapola uma pessoa, uma gestão, um mandato, uma diretoria. Só dessa forma, a mais profissional e independente possível, a saga histórica da entidade – com seus fatos, feitos e fotos –, e a memória de seus membros, através da imortalidade de suas obras, poder-se-ão se manter incólumes durante as próximas décadas ou séculos. Quem poderá nos ajudar nesta nobre causa?


[*] O Bandeirante. Ano XV – no 174 (maio): 1, 2007.

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